Viagem fracasso: Milão

Viagem Fracasso: Milão. Por Packing my Suitcase.

Nem toda viagem é bem sucedida, mesmo que você seja autora de um blog de viagens e tenha planejado mais viagens na sua vida do que possa contar. As chances de fazer uma viagem mal sucedida são maiores do que se imagina, e enquanto elas são consideradas grandes decepções, mais tarde elas também se tornam histórias engraçadas.

Se você já segue o blog há um tempo, talvez se lembre que em 2014, nessa mesma época do ano, eu estava em Milão para o Grande Prêmio de Fórmula 1 em Monza. Talvez também se lembre das minhas impressões de Milão, mas tem algo por trás dessa viagem que você ainda não sabe: ela foi uma trip fail, um fracasso, e aqui está o por quê:

Era uma sexta-feira, e depois de uma longa viagem de carro saindo de Munique e pagando um pouco caro demais por usar as estradas italianas, ao chegarmos decidimos ir direto para o circuito de Monza para ver as últimas sessões do treino. 20 Euros já foram embora só para estacionar o carro próximo da entrada do circuito.

Na saída do circuito, algo estava errado com o carro, que simplesmente nem ligava mais. Para a nossa sorte, alguns rapazes estavam passando por ali e ajudaram a empurrar o carro. Funcionou! Com medo de desligá-lo novamente, fomos direto para o hotel. O problema? O trânsito de Milão. Levamos 2 horas para chegar, e estávamos nervosos durante todo o trajeto. Será que seríamos uma daquelas pessoas que ficam no meio da rua porque o carro deu o prego?

Com um pouquinho de sorte conseguimos chegar no hotel sãos e salvos, e estacionamos o carro em uma rua ali do lado. Preocupados em como iríamos voltar para a Alemanha no Domingo depois da corrida, a primeira coisa que fizemos ao entrar no quarto foi ligar para o serviço 24 horas da concessionária.

O atendente não tinha muita certeza de qual era o problema, podia ser algo bem simples ou bem complexo. O que fazer? Decidimos deixar o carro exatamente onde ele estava, e usar transporte público para ir até o circuito no dia seguinte.

Nosso carro é vermelho, mas com certeza não é uma Ferrari
Nosso carro é vermelho, mas com certeza não é uma Ferrari

Depois de uma longa noite tentando dormir – o hotel era bem barulhento, já que o tram passava embaixo da nossa janela, e os lençóis tinham cheiro de água sanitária – levamos 2 horas para chegar ao circuito com trens LOTADOS. A verdade é que no final da viagem entendemos que não havia maneira mais rápida de chegar ao circuito, sempre levaríamos 2 horas.

Sábado à noite, depois de sairmos do circuito, decidimos dar uma voltinha pelo centro de Milão, antes de irmos jantar no 202 Milano. Acabamos demorando mais do que esperávamos e voltamos ao hotel correndo para tomar banho e trocar de roupa para ir ao restaurante. Já estávamos em cima da hora, então ir de transporte público não ia rolar, com o nosso carro muito menos, então decidimos pegar um táxi.

Não foi tão fácil pegar um táxi na área onde estávamos. Mas conseguimos encontrar um faltando 10 minutos para a nossa reserva no restaurante. Falei o nome do lugar para o taxista, e ao chegarmos lá, surpresa: estávamos no lugar errado. O nome do restaurante era muito parecido com outro, e claro, com a nossa sorte do final de semana, fomos parar no errado! Pegamos outro táxi e conseguimos chegar no restaurante com um pouco de atraso.

Viagem Fracasso: Milão. Por Packing my Suitcase.

Domingo chegou. Era o nosso último dia. Não tivemos escolha mas ir com o nosso carro até o circuito – de lá iríamos direto para casa – e novamente tivemos sorte, um cara que estava passando nos ajudou a empurrar o carro. Quando vimos que ainda funcionava quase fizemos uma festa ali mesmo.

No circuito decidimos deixar o carro em um estacionamento de graça, que ficava uns 4km de distância do portão de entrada – sem exageros. O final de semana de Fórmula 1 foi espetacular, mas quando a corrida terminou, tudo em que conseguíamos pensar era se chegaríamos em Munique com o carro da forma em que se encontrava. Aconteça o que acontecer de uma coisa tínhamos certeza, não dava para desligar o carro até chegarmos na Alemanha.

Ao chegarmos no estacionamento, o drama de achar alguém para ajudar a fazer o carro funcionar de novo começou. Mais uma vez tivemos sorte, e dessa foi m mecânico que estava passando por ali. Depois de uma meia hora tentando fazer o carro funcionar, estávamos finalmente prontos para sair da Itália. Mas primeiro: gasolina. No posto, um dos atendentes nos pediu para desligar o carro, claro. A gente só gritou: NÃO, não dá! Ele nos entendeu.

Viagem Fracasso: Milão. Por Packing my Suitcase.

Horas depois, conseguimos chegar na Alemanha e fomos direto para a oficina. Como estava fechada, deixamos o carro estacionado na rua para facilitar levá-lo para lá na manhã seguinte. Eita jeito bom de começar a segunda hein?

Quando finalmente chegamos em casa e conseguimos respirar, começamos a processar os acontecimentos do final de semana: hotel ruim, estacionamentos e pedágios caros, nossas jornadas intermináveis para chegar no circuito, carro com problema, restaurante errado, e adivinha? Uma semana depois que deixamos o carro estacionado próximo à oficina, recebemos uma multa por não termos pago o estacionamento – nem vimos que era pago. Ninguém merece!

No fim das contas o problema do carro era só um chip na embreagem e nem custou muito. Ai ai, essa viagem foi tão fracassada que uma semana depois ainda pagamos por ela. Sem mencionar o fato de que tivemos que andar tanto ao redor do circuito que meus tornozelos ficaram machucados por dias.

Alguém ai teve alguma viagem fracasso recentemente?

 

Veja também: Bahamas: a viagem que não deu certo 

About Allane

Brasileira morando na Alemanha. Casada com o W., mãe de uma menina linda e de um Golden Retriever. Viajante, escritora, fotógrafa, mergulhadora, apreciadora de vinhos, fã de Fórmula 1, viciada em ler livros de ficção histórica e juvenil. City girl, amante da natureza, alguém que acredita em um mundo melhor, uma pequena mudança por vez.